domingo, 31 de outubro de 2010

Last day of magic

The Kills

I'll be the man with the broom
If you'll be the dust of the room
And there's only so much you can hide
Before I corner you

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Não está a correr bem...

Hoje o dia não me está a correr bem, para além de partir o vidro do meu recuperador de calor apanhei uma multa de 60 Euros por estacionar num lugar reservado a deficientes.
A senhora agente disse-me que ser deficiente de bom não contava. Vai daí... 60 Euros!
Juro que me doeu.

Consequence

Consequence, The Notwist

You're the colour,
you're the movement and the spin.
Never
Could it stay with me the whole day long
Fail with consequence, lose with eloquence
and smile.
I'm not in this movie
I'm not in this song.
Never
Leave me paralyzed, love.
Leave me hypnotized, love.

You're the colour,
you're the movement and the spin.
Never
Could it stay with me the whole day long
Fail with consequence, lose with eloquence
and smile.
You're not in this movie
You're not in this song.
Never

Leave me paralyzed, love.
Leave me hypnotized, love.
Leave me paralyzed, love.
Leave me hypnotized, love.

sábado, 23 de outubro de 2010

GNR

Acabo de sair de uma operação stop mesmo à entradas das Taipas. 
Senhor condutor, bebeu?
Bebi sim, venho da discoteca.
E bebeu muito. 
Bebi alguma coisa. Não sei se foi muito.
Então não se importa de vir ali soprar no balão?
Que remédio, pensei.
Lembrei-me dos 4 Bacardi com cola e esqueci-me do vinho branco do Alentejo do jantar.
Já soprou alguma vez?
Não, que me lembre é a primeira.
Está nervoso?
Na primeira é natural ficar-se nervoso, não é? Pelo menos para mim é, em todas as primeiras.
Tem que ser um sopro constante, ora vá lá outra vez.
Lembrei-me dos conselhos de alguns entendidos que me diziam para soprar apenas o ar da boca. Assim o fiz.
Está mesmo nervoso. Tem que ser um sopro constante, mais forte, até eu o mandar parar.
Fiquei sem paciência e pensei para comigo: que se lixe, vou soprar normal e sofrer as consequências. Já era a terceira vez que o agente da GNR me mandava repetir e eu não admitiria uma quarta. Para mim a quarta seria como um chumbo redonto.
Soprei bem e forte. 
O agente olhou para o aparelho e dirigiu-se para o carro. Queres registar? perguntou outro agente. Quero sim, respondeu o meu agente.
Estou tramado, pensei. Vou ter que deixar aqui o carro e regressar a pé. A fala na interacção com os agentes custava-me a sair direita.
Está mesmo no limite, senhor condutor, e está a subir, aconselho-o a ir para casa imediatamente. Após um suspiro mais forte do que os anteriores três sopros acumulados, pensei, vá lá aconselhar a sua mãezinha.
Entrei no carro e as minhas mãos ainda tremiam. Dei à chave e saí dali, como saio de qualquer sítio, com algum esforço para não olhar para trás.
Em casa, feliz, como umas bolachas com marmelada e prepara um grozan (como se escreve grozan?). Chego ao quarto e, antes de ver mais um episódio do Lost, apresso-me a tirar este apontamento.
Estou feliz e mais informado. A partir de hoje posso afirmar que conheço os meus limites: 4 Bacardis com cola e 2 copos de vinho do Alentejo. Tudo isto porque sou alto.

Pião

Após 20 anos e duas negras em cada uma das canelas lá consegui por novamente o pião a rolar... 
E foi um momento lindo. E era verde mas depois veio uma vaca e comeu-o.
Sta. Eufémia, Guimarães, 2010

Latte Macchiato


No segmento das meias-de-leite, a meia-de-leite portuguesa, referida a partir daqui simplesmente como MdL portuguesa por uma questão de rapidez e de estética, ainda ocupa o primeiro lugar deste meu ranking das misturas de leite com café. Já aqui contei o que penso do capuchino, que não é mais do que meia (meia mesmo) MdL portuguesa com muita espuma, isto é, metade é MdL e a outra metade é espuma, e da forma como isso pode atormentar os gases, chegando mesmo a ir mais longe, dissertando sobre aqueles efeitos maricas que lhe dão os desenhinhos em canela sobre a espuma, e, estando agora em condições de prosseguir na análise, metendo ao barulho o Caffe Latte alemão ou a falácia Café au Lait franciu, continuo a manter a minha posição: não há nada que chegue sequer ao calcanhar da pouco publicitada MdL portuguesa. Ora, se assim bem estou no que a este segmento se refere, há um outro segmento nestas misturas onde os movimentos no topo da lista não me têm deixado dormir tranquilo a noite. Falo obviamente do segmento Galão! Se no princípio era o galão português que sem um milímetro de dúvida encabeçava tão obtusa lista, agora começa a entrar a dúvida do Latte Macchiato alemão e isso é do piorio para a economia deste país à beira mar plantado – plantado mesmo! Os franceses e os italianos não concorrem neste segmento, pelo menos no meu ranking, porque acho que é um pecado mortal andarmos a comparar água mal filtrada com aquilo a que se pode chamar de galão.
Então vejamos a minha ansiedade quando observo impávido mas nada nada sereno o latte macchiato a passar a perna ao galão, assim: Com um galão fico com aquele sentimento de que precisava de um bocado mais, tipo mais um ou dois dedos de galão, há um inegável desconforto, do género é completamente excelente no sabor mas falta-lhe quantidade, falta-lhe 2 dedos de volume. Há um “mas”, entedem? Com o latte macchiato alemão essa coisa da quantidade está resolvida com rigor absoluto, nem de mais nem de menos. Pronto… é por demais evidente que como o capuchino do segmento das MdL falha na espuma e na virilidade dos desenhinhos, o latte macchiado é também um exagero de espuma no segmento dos galões. Temos, é certo, aqui um “mas” mas esse “mas” que é o erro de concepção alemão é menos “mas” que o erro da quantidade português. A espuma, como tantas outras coisas na vida, pode apartar-se para os lados; o défice de quantidade ou de tamanho por vezes é difícil de se emendar, por extensão, por implantação ou por qualquer outra abordagem criativa terminada em ão. Por tudo isto, estou a pensar seriamente em passar o Latte Macchiato para a frente do galão nesta minha lista das misturas do leite com café
Não falei de países que não entram no ranking, por exemplo, dos espanhóis, porque nas MdL e nos galões primeiro é preciso saber-se tirar um expresso e depois saber mugir-se cuidadosamente a vaca. Os espanhóis só sabem mugir a vaca, como os franceses, nos intervalos das greves. Os alemães estão a aprender a tirar o expresso, mas como em tudo vão longe com a coisa.

Cafetiero em Frankfurt Zeil. 

Contenção orçamental e verbal

Contenção orçamental é o presidente da Câmara Municipal de Braga, Mesquita Machado, mais 3 outras pessoas da sua trupe, viajarem em executiva, do Porto para Frankfurt num dos aviões da Lufthansa. Contenção verbal é o mesmo grupo fazer tanto barulho na classe executiva que mesmo as pessoas na zona mais remota de avião eram capazes de os entender. Entender que é como quem diz... esta gente que se organiza em matilha não se entende. O seu comportamento, em maré de vacas magras, também não!
Ainda tenho um certo orgulho em algumas empresas e pessoas portuguesas. Sinto orgulho sempre que vejo um dos administradores da Sonae a viajar em económica. Mas isso compreende-se, não é uma empresa pública e para estar no mercado tem que dar lucro, e o lucro é a diferença entre o proveito e a despesa, deduzido de imposto. Tão simples esta matemática económica que até o menino da quarta classe a sabe fazer. Ele sabe, os políticos deste país miserável é que não, ou, refazendo, os políticos miseráveis deste país é que não.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Ninguém diga que está bem

Na tentativa de poupar algum dinheiro optei, desta vez, por um hotel de 4 estrelas. 4 estrelas no Barém, com pequeno almoço incluído, são 100 euros, sem tirar nem pôr. Sem tirar nem pôr mesmo! O problema é que para além do quarto parecer arrumado e limpo tudo o resto tem aspecto de pensão estrelinha em Portugal. Se o arrependimento matasse estaria morto de morto neste momento.
Bem, não satisfeito com todos os movimentos duvidosos nos elevadores, como se houvesse dúvidas - o entrar de prostitutas era ali tão límpido como a água dos Pisões, ou vá lá, da Penha, decidi subir ao 7 andar onde nos cartazes aparecia, para além de um bar, como as mentes, iluminado, umas mulheres esbeltas da Rússia (tão limpinho como a água, também... Ver imagens). Ao entrar no bar deparo-me com um cenário que ainda hoje não consigo entender: uma música horrível e meia dúzia de gajas balofas num palco balofo por efeitos de encosto, de cabelos pretos, compridos, e uma sala repleta de gajos com aspecto de gosme, gordos "comá" m#rda, vestidos de branco, com a tradicional tolha com padrões italianos pela cabeça, a fazerem não sei bem o quê, bêbados, como a putassa. No dia em que o vinho for permitido estes bofes entrarão na 3ª guerra mundial.
Os balofos ofereciam colares de flores às balofas. As balofas do palco falavam palavras que eu não conseguia entender para os balofos das mesas. A música continuava alta e sem sentido. Mais um erro dos meus, este de casting!
Desço ao terceiro andar e entro no meu quarto, sempre com o mesmo receio de que o meu computador tenha sido gamado. Não foi gamado, de outra forma não estaria aqui a escrever a estas horas da madrugada observando o movimento duvidoso dos elevadores. Verifico se o cartão de crédito de reserva está no sítio, dentro de uma caixa de aspirinas. Está. Vi esta cena num filme de Hollywood. Para nunca ficar descalço nunca ando com todos os cartões na mesma carteira.
No bar, continuam a oferecer colares de flores às gordas do palco. Deveriam ser proibidos todos os espectáculos deste nível. É que não há objectivo predefinido. Pelo menos eu não o identifiquei.
Volto ao meu quarto. Preciso de dormir e esquecer as figurinhas como quem precisa de respirar. Claro, estou assim, digamos, fodidinho da silva, porque me cobraram 10 dinares de entrada (20 euros). Valeu por uma coisa: Tenho a certeza de que detesto cada vez mais o perfume da dolce e gabanna. Estes gajos devem bebê-lo a todas as refeições.
Boa noite.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Mas...

Mas, essa coisa do amor, esse nó na garganta, essa falta de ar, esse chorar, só do pensar que somos as pessoas mais infelizes do mundo, da fatalidade, esse andar de coração a querer explodir nas mãos para todos os lados, depois... depois torna-se num vício. E passamos a vida a morrer de amores. Passamos a querer estar apaixonados todos os dias para podermos sentir a falta de ar os dias todos. A falta de ar passa a fazer falta. Um dia sem uma fatalidade de amor torna-se num dia incrivelmente estranho e estranhamente perdido. E, então, quando tudo está calmo, incluindo o ar ou amor, ficamos ansiosos porque tudo, incluindo o ar ou o amor, está calmo. E é uma loucura. Pensamos que morremos aos poucos mas estamos a viver tudo e em tão pouco tempo. E queremos mais. E mais e mais e mais, embora acabemos sempre a dizer que desta vez será mesmo a última. Por isso é que a vivemos no limite. Vivemo-la como se fosse realmente a última. Essa coisa do amor é uma droga!