quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Running Out

Scissor Sisters

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Alta e bela e espadaúda qb

Ana Matronic Scissor sisters

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Direita versus Esquerda

Hoje, encontrando-me uma vez mais em Frankfurt e de passagem mais uma vez, li um comentário no público online que me intrigou. O Espectro dizia assim em relação à notícia (http://publico.pt/Mundo/presidente-do-chile-provoca-polemica-com-piada-sexista--1524173#Comente) que dava conta de umas afirmações "machistas" do presidente Chileno:


Espectro , Porto. 07.12.2011 17:37

Berlunesco

O lugar deixado vago por Berlusconi já foi preenchido por este chileno. Dizem que a estupidez tem horror ao vazio - a ser assim...Porque será que este tipo de grosseria senil vem sempre da direita política?! LOL


Custa-me um pouco todo o tipo de generalização. Custa-me muito a generalização fácil, barata e senil. A generalizar-se (quase ninguém consegue escrever coisa alguma sem generalização e comparação), que se generalize com requinte, piada e inteligência. Ficaria menos intrigado se o Espectro tivesse dito que a Direita pode ser personificada pelo Berlusconi e a Esquerda pelo Dominique Strauss-Kahn. Ambos gostam do mesmo: Mulheres, a única diferença relevante é que o Berlusconi costuma pagar e bem pelos serviços prestados. O DSK parece que não criou esse bom hábito de pagar. Deve pensar que o tão apregoado estado social (da esquerda) lhe dá direito às coisas de graça. É a providência da natureza (aquilo que, normalmente, a direita chama de Providência Divina)!

É engraçado que ontem, o Sr. Sócrates, o filósofo que já foi primeiro-minstro, também resumiu bem o pensamento do espectro de esquerda (http://publico.pt/Pol%C3%ADtica/jose-socrates-diz-que-pagar-a-divida-e-ideia-de-crianca--1524147):  Pagar a dívida é coisa de criança.
Dizer melhor do que isto é impossível.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Hotmail.com

Por que é que o hotmail.com não optou por se chamar hotnail.com? Era mais apelativo e teria, por certo, mais utilizadores, não sendo derrubado por um simples gmail. É claro que o gmail, como ofensiva, e porque essa equipe não deve nada à criatividade, poderia ter optado por se chamar gspotmail.com? 
Em relação ao hotmail, que se fosse eu a gerir converteria em hotnail.com, ou, ainda melhor, na sua forma pretérita perfeita de hotnailed.com, porque o pretérito imperfeito como o condicional hotwouldnail.com não dão imagem de obra feita, as possibilidades são imensas e que, a detalhar, dariam se não um livro, pelo menos um almanaque de bolso. Passar o hotmail.com a hotnailed.com é obra... é obra feita.

Estou em Frankfurt tentado a digitar esses endereços no browser para ver o que deles resulta e constatar se, por alguma desventura, alguém já os tomou para si. Espero que não, ou, por que não? espero que sim! Se é hot-nailed não teve mais do que merecia. Mau seria se fosse hot-unnailed.com. Era o chamado desperdício de tempo e de espaço. Quando chegar a casa faço essa validação, não a podendo fazer aqui pela inúmera assistência que tenho a espiar-me. É que não sei o que resultará de um desses endereços acima. Irei surpreender-me, não tenho a menor dúvida, com qualquer resultado ou não resultado.

Está prometido, quando chegar a casa vejo, depois de umas horas bem dormidas, que isto no avião e em económica dormir só é autorizado para os que têm abaixo de 1.65m.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Eu disse...

Tu disseste: Não sei se consigo...
Eu disse: Fazes isso de pernas às minhas costas.

http://www.youtube.com/watch?v=_y72Rf4vwlM

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Lindo: With every sweet hello

Every Traveled Road

sábado, 22 de outubro de 2011

Lindo: Bring, just, your fire



Bring just your fire Maybe bring just (my mirror?) I fear you so long have been sleeping violently Love ain’t no way to share your timeSo long since I felt this silent


Let you turn away I’m lost in some death force That she passes by the price trying not to steal life but they reach you I let you turn away I’m lost in some death force That she passes by the price trying not to steal life but they reach beneath you Bring just your fire Maybe I fear (my mirror?) I ¿preach you? for too long we have been silent I miss you Way too long since I’ve been this silent

sábado, 24 de setembro de 2011

How I met your mother

E...
O peido desceu à peida para se peidar.
(Marshall Eriksen)

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

O tamanho do presente

Para quem tiver interesse na matéria, deixo aqui ficar um livro/trabalho onde se explica, do meu ponto de vista, bem, o que é a parapsicologia e de que forma foi evoluindo até se tornar em ciência.

Algures, onde esclarecem o que é a precognição, dizem: A precognição é o conhecimento antecipado de factos normalmente não previsíveis. E depois continuam mais ou menos nestes termos: O que chamamos de futuro é o presente não percebido. Presente é tudo o que percebemos. Assim o presente de cada ser humano é do tamanho da sua percepção.

Basicamente passam a mensagem que o nosso presente é a percepção da nossa mente consciente e que esta está condicionada pelos limites da nossa existência física. O conceito do espaço/tempo aplica-se às coisas físicas.
 
Como ainda não compreendemos bem os limites da nossa percepção extra-sensorial, por assim dizer, da percepção da parte inconsciente da nossa mente, desconhecemos o tamanho do nosso presente.
A precognição pode assim não ser mais do que a "simples" leitura do presente para percepções mais alargadas.

Assim, sem estar à espera de muitas surpresas neste trabalho disponível na web, encontrei esta análise que me deixa com vontade de continuar a aprofundar o tema, um tema com muito pano para muitas mangas ainda por coser.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

cacofonia

O mundo não existe. Só existe a música. E mesmo esta é para ser cantada cada vez mais baixinho, num sopro, num sussurro, quase que só em pensamento - única forma de vencer a cacofonia que o mundo insiste em produzir. João Gilberto, Folha de São Paulo, 10/06/2011

domingo, 14 de agosto de 2011

Get Some! Gosto bastante



Lykke Li - Get some

sábado, 16 de julho de 2011

The look


Metronomy
You're up and you'll get down
You never running from this town

Um dos melhores sons que tenho ouvido nos últimos tempos. Claro... De Londres.

Alguém dá uma sugestão para o livro que ela anda a ler ao minuto 3:42?

sábado, 9 de julho de 2011

Errata


Ontem fizeram o favor de me elucidar de que me teria engando no período de gestação humano quando escrevi o texto “O nascimento e as rabanadas”. São 9 meses de gestão e não 10, diziam-me. Nesse texto fui ao ponto de afirmar que cópula em Fevereiro dá os seus frutos lá para Novembro, já se a coisa fosse antecipada para Janeiro teríamos festa lá para Outubro.
Acabei por corrigir o texto passando o Janeiro a Fevereiro e o Fevereiro a Março. 

Ainda pensei duas vezes se o deveria fazer...

É que sendo eu um daqueles homens que contabilizada as duas semanas de galanteio e de ramos de flores, jantares à luz de velas, serenatas, ramos de flores, surpresas e prendas variadas, as chamadas a todas as horas para saber se está tudo bem, os ramos de flores, o telefonema antes de dormir e a mensagem ao acordar, os ramos de flores, as visitas aos shoppings aos cinemas e as boticas, os ramos de flores, tudo isto antes do comummente aceite “ato sexual” e mais duas semanas, imaginem!, de carinhos e outras doçuras depois do também comummente aceite “fazer amor”, acabando por se sobrepor todo este anteriori ao posteriori e ao ato em si, culminando tudo numa grande festa de afecto e dedicação, considerar 10 meses como o período de gestação para a minha classe até nem é tão errado como à primeira vista se possa pensar.
Decidi no entanto corrigir o texto uma vez que os homens da minha estirpe são cada vez mais raros e fica assim mais difícil de entender os 10 meses de gestação a que me referia no texto anterior.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

O nascimento e as rabanadas


Estive aqui a pensar que para nasceres em Julho tiveste que ser feita em Novembro. Ora, Novembro é um bom mês para se nascer, como foi o meu caso, e não para se ser feito. É que uma queca dada (ou vendida) em Novembro requer muito mais energia e capacidade de abstração do que uma executada em Março - Até os gatos começam a andar com as hormonas nos pícaros em Março, não é verdade? É a natureza a pedir que se copule, forte, e feio. Em Novembro, as pessoas andam muito tapadas, o frio reduz alguns pénis à inexistência de 5 centímetros - a cópula requer menos 18 centímetros, sabias? -, o pensamento está mais para doces e outras formas de acumulação de energias e açúcares do que para quecas e outros modos de dispersar energia e de partilhar centilitros de saliva açucarada. Em Novembro o mel começa a ser comprado para ser gasto em rabanadas, mexidos e aletria e não com o propósito de ser suave e uniformemente aplicado na pele, amaciando-a. Todos os outro óleos estão mais na cozinha do que nos aposentos de hidromassagem. As noites começam mais cedo mas as novelas fazem-nos deitar à mesma hora; os dias começam mais tarde mas o trabalho obriga-nos a levantar à mesma hora. É todo um momento intelectual que se perde. E quem acaba por sair prejudicado com tudo isto? A cópula.
Isto tudo para dizer que tu és o fruto de um acto (não consigo escrever acto sem c) mais epopeico do que todos os outros bebés que nascem em Novembro ou em Outubro. Tu requereste muita mais energia e capacidade de abstração. No meu caso não foi preciso nada disso, foi só seguir o ciclo normal da natureza. O resultado, no final, deve ser o mesmo, pois nascemos todos com os olhos fechados, tudo o resto depende da palas que nos metem na frente ou dos lados, quando os abrimos. Nascer-se em Outubro é muito mais contranatura que tudo o resto. Os que nascem em Outubro são feitos em Fevereiro e, pressuponho, nem é preciso abstração, mais energia ou seguir o ciclo normal da natureza, é suficiente o descarregar da energia acumulada dos doces as festas natalícias.
Enfim, toda esta pseudoteoria com bases em ciência da que se faz em Sta. Eufémia seria válida se não olhássemos para ti e notássemos essa tremenda energia que transportas contigo e que te é congénita. Estou certo, e em modos de pergunta termino este texto, escrito para to dedicar, no início, mas que após as primeiras frases tomou caminhos que não enaltecem o standard de dedicatória alguma, estou certo dizia, de que nasceste prematura, não foi? É que, acho, o teu algodão energético não nos engana. Se assim foi, lá se fica por terra toda esta epopeia de gatos, rabanadas, energias, e cópula. Mas, sabes, não interessa. O que importa mesmo é que enquanto o escrevi pensei em ti. Parabéns! Desejo-te um estado Em Joy!

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Freckles

Mais conhecida como Kate Austen na série Lost, Angeline Lilly dispõe uma beleza que dispensa qualquer make up (?). Aliás, é tão natural a sua beleza que, ficando bem de qualquer  forma, torna-se uma diva quando se nos apresenta no seu estilo maria rapaz.

domingo, 19 de junho de 2011

Quem escorrega também cai

Quem caiu também escorregou
Mogwai - Yes, I am a ling way from home

Há provérbios e provérbios, como há ditos e ditos, uns válidos e comprovados pela experiência e outros onde a validade é dúbia ou, no mínimo, discutível. Ora o quem “escorrega também cai” era um dos ditos que eu considerava pouco aplicável à realidade. Quem escorrega, dizia, pode ainda assim não cair.

Acabo de me certificar que cheguei há muito à idade em que quem escorrega cai, definitivamente. Será que os provérbios têm um aplicação por escalões etários? do tipo, até ao 35 anos quem escorrega pode ainda assim não cair, depois dos 35  quem escorrega também cai, será? sei lá!

Eu acho que é como digo.

Faz 3 semanas que escorreguei e caí duas vezes seguidas enquanto preparava uma, como na minha terra se diz, frangalhada para os amigos. Para além de o facto de as escorregadelas serem de uma forma tal – forma tal para a minha idade - que não pude evitar cair, ao contrário do que me acontecia nos tempos em que a minha condição me dava uma agilidade que me permitia evitar o tombo mesmo a 5 centímetros de chegar ao chão, constatei ainda outro facto que me permite afirmar que cheguei à idade em que “quem caiu também escorregou”, uma bela forma de dizer que nesta idade não nos podemos dar ao luxo de cair por cair ou cair pelo sabor da experiência. Cheguei à idade em que “quem caiu também escorregou” ou à idade em que não se nos é permitido cair.

Quando se tem 15 anos, aparecer a coxear na frente dos amigos e amigas é um sinal de valentia. Aí as mazelas provocadas por uma queda são estimadas, cultivadas, fingidas e prolongadas até ao ponto em que os outros nos continuam a olhar como quem olha um rebelde, um herói, um guerreiro acabado de conquistar a guerra. É esse olhar de fascínio dos outros que faz com que as escorregadelas possam ser com ou sem queda, sobre o nosso desígnio e controlo. Somos uma espécie de pequenos deuses das escorregadelas. O mundo e a natureza aí são perfeitos, caímos e levantamos tantas vezes quantas nos der na gana. Recuperar de um entorse faz-se em menos de um dia, com ou sem gelo, com ou sem erodoide(?), o corpo facilmente se transforma de uma máquina de força e agilidade numa fábrica de produção de antinflamatórios. É deslumbrante e  belo.

Quando se chega à minha idade, uma pequena queda provoca o maior dos danos. Os seguros de saúde e acidentes pessoais passam a fazer todo o sentido, e deviam ser mais caros e obrigatórios. Primeiro, é limpinho que “quem escorrega também cai”, segundo, à “primeira quem quer cai à segunda só cai quem quer” passa a ser uma máxima claramente falsa, terceiro, o “levanta-te e anda” da época de Jesus passa a ser completamente impossível na idade dos que não podem sequer escorregar. E isto passa a ser válido para todos os aspectos da nossa vida, dos mais físicos aos mais espirituais.

Se aparecemos a coxear os olhares de quem não nos conhece passam a transmitir um sentimento que nada tem a ver com fascínio. Quando aos 15 nos sentimos os heróis, depois dos 35 passamos a sentirmo-nos deficientes, manquinhos, coitadinhos. Enquanto aos 15 se cura um entorse em menos de 24 horas, depois dos 35 pode levar meses a curar, pior, para não forçarmos a dor acabamos por magoar  todas as outras articulações. É uma bola de neve. Comigo começou com um pequeno entorse que logo passou a dores fortes no joelho, as dores na anca vieram logo a seguir e as costas já começaram as manifestações de desconforto. Quando se escorrega depois dos 35, não há nada a fazer. Parar é o único, demorado e incerto remédio. Fisicamente funciona assim: poucas coisas funcionam, mas há pelo menos ainda a incerteza da recuperação. Na outras áreas é trinta vezes pior, a certeza de que jamais nos levantamos é muito maior. Eu, que afirmo que a calma e a certeza são os sinais mais importantes de que a morte está perto, detesto as escorregadelas, porque me dão a certeza da queda e me lembram cada vez mais as dificuldades de me levantar.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Primeiro estranha-se depois entranha-se

Olivia Wilde
Como não vejo o Dr. House (?) desconhecia esta senhora, até que, numa semaninha apenas, tive o prazer de a ver actuar em dois filmes, um que não me recordo do nome (Penso que foi o The next tree days que é um grande filme mas onde ela aparece num papel reduzido), e outro que embora me recorde (TRON Legacy), tirando 1 ou 2 diálogos, não tem ponta por onde se lhe pegue. Mesmo assim não dei o tempo por perdido. Vale a pena ver os filmes pela personagem que, como a coca-cola, primeiro estranha-se e depois entranha-se.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Dubai: Rattel Snake 2

(quase em acordo com o acordo ortográfico)

Não tiro nem uma vírgula ao que já aqui disse sobre o Rattel Snake: É um ponto de encontro onde se vende cerveja cara. Mas, agora que já sou considerado cliente habitual da loirinha Heineken, venho aqui fazer um reparo mais que necessário, necessaríssimo, sócio!... é que não conseguiria dormir em paz caso não despendesse de algum tempo a discorrer esta ressalva.

Aquele bar é como uma zona de caça (caça ou caca?) desportiva em que o caçador para além de pagar para entrar tem que negociar com o coelho como este se deve posicionar para levar o tiro.  Ora ora ora!, não há nada que me irrite mais do que negociatas, sejam elas de que tipo forem!

Tem a ver com paciência. Eu não a tenho, definitivamente. Assim, acho que a frase “tem haver com paciência” passa a ter que ser considerada como uma frase em português correcto. Em português, correto?

Como estava a dizer, tem a ver com paciência. Um caçador entra na zona de “caca desportiva” para dar uns tiros, fazer movimentos rápidos, caminhar atrás das presas, jogar às escondidas com os arbustos, correr, fazer jogos de cintura que estremecem as mais superficiais hérnias, expelir adrenalina, expurgar suor e frustração, libertar gases, desviar os slipes do rego com movimentos de anca enquanto se tira retira e recalca o macaco do nariz com o dedo mais mindinho, coçar a virilha, e começar a corrida de novo, para o arbusto seguinte, não mais que duas vezes seguidas que a marmita atempadamente preparada pela senhora no dia anterior já está esquentar. Ora, agora imaginem que chega um caçador ao recinto e tem que estar ali a ouvir o coelho a dissertar sobre as leis da caça?! E é que eles não se limitam a palrear sobre como está o tempo e o estado do mar, vão mais longe, irritantemente mais longe, elogiam sem propriedade as artes do caçador, exageram no texto e arriscam no conteúdo, dizem sobre a pontaria da mesma forma que o vidente aponta sobre o futuro, ditos claramente sem nexo, quase que ousam tocar, brincar e explorar a arma com que deviam ser caçados. Isto é um abuso não é? Um abuso em qualquer parte do mundo, quanto mais num recinto de "caca desportiva".
Mas é assim que funcionam todos os vícios. Não existe vício no mundo que não seja a pagar.

Não estou surpreendido nem desiludido. Estou conformado, e em paz.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Psicologia barata


Há outra fantasia que não me sai da cabeça, porque é fantasia, talvez. Só as coisas que não se têm jamais se conseguem esquecer.

Deve ser fantástica a cena do paciente, da psicóloga, o caos de uma secretária cheia de livros, uns aberto, outros fechados, outros rasurados, outros completamente amarrotados, outros já impregnados de calor e suor, outros ainda por ler, uns óculos desalinhados na ponta do nariz da psicóloga, que tem que ser empinado senão não vale, uma das ligas já ao abandono no chão de pinho, os cabelos loiros fartos que de loiros finos está o mundo cheio, uns sapatos, dois sapatos de salto bem alto, sempre, calçados e que já não tocam o chão, um candeeiro prestes a desfazer-se em pedaços como uma onda de champanhe, e, minutos antes, poucos minutos antes, as formalidades da entrada, as boas noites senhora doutora, as descrições banais, as descrições formais, as descrições de outros caos internos mais caóticos do que aquela secretária que ali existe como um centro de mundo, logo logo os olhos nos olhos, os olhos que se desviam dos olhos, o medo da colisão, o abrir e o fechar de olhos assíncrono a princípio, suavemente síncrono depois, o semicerrar, primeiro dos olhos e depois dos lábios, uma vez, duas vezes, muitas vezes, vezes demais para uma consulta de rotina, a evidência a tornar-se evidente, as palavras a saírem rubras, uma sala de 35 metros quadrados, um jogo jogado em 2 metros de perímetro, que passou a 1 metro e meio após a descrição pormenorizada do primeiro sintoma, logo logo 1 metro, para depois se tornar na distância de um braço feminino, dolorosamente feminino, cinco dedos a repousarem na secretária como quem repousa antes de um grande combate, dez dedos agora, de tonalidades e vibrações diferentes, a misturarem-se, a percorrerem-se devotos, meio metro, 40 centímetros, etc (et caetera porque este jogo é bonito demais para acabar na banalidade dos -18 centímetros) ... e, tudo isto observado pelos olhos de Freud, de um dos retratos presos a uma moldura de uma parede branca do consultório.

Se por cada burca deixada abandonada no soalho é como se se implantasse uma democracia, pode dizer-se, com toda a propriedade, que por cada consulta de psicologia conduzida neste sagrado ambiente é como se se acordasse a mais amigável das ditaduras.
As ditaduras por curtos períodos fazem, do meu ponto de vista, muita falta, mais não seja para nos lembrar o quanto é bom a democracia. A implantação de uma ditadura exige paz; a implantação de uma democracia exige guerra. A ditadura da psicóloga faz falta a qualquer homem, com neurose ou sem neurose, tem é que ser um homem de paz... e amor.
 
 https://www.youtube.com/watch?v=nPYMpX1J2To

domingo, 15 de maio de 2011

Distância emocional

Todos os professores, gestores, videntes, padres, psicólogas, bruxas e políticos nos ensinam que devemos criar sempre uma distância emocional para a resolução de qualquer problema. Eu sigo-lhes o conselho. Não há nada como criar uma distância de -18 centímetros para que tudo se resolva.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Gosto


segunda-feira, 18 de abril de 2011

O m(n)istério das burcas


Já te disse que tenho o desejo de despir uma mulher de burca?

Deve ser como quem desembrulha um grande presente, de onde não se sabendo o que esperar se pode esperar tudo, um grande urso de peluche ou uma bela princesa insuflável, um avião ou um triciclo. Um homem está ali a rasgar com cuidado o papel de embrulho, ponta por ponta, saboreando cada momento, com a emoção nos pícaros, à espera de se desiludir ou de se encantar.

Como em todos os países, deve haver de tudo por debaixo de qualquer tecido mais ou menos sintético, mas, despir uma mulher massivamente vestida de preto deve ser qualquer coisa massivamente deslumbrante! É como se nos pedissem para fazermos uma previsão dos destinos de um mundo olhando-o apenas nos seus pequenos e raros atributos, estimar o todo pelo que se pressupõe nas suas pequenas partes (só os deuses conseguem deduzir e generalizar, não?), ali, naquele mundo carnal, os olhos, os olhos que se querem pretos pretos, depois, pelos pequenos atributos mais sintéticos e banais, como os sapatos, que não se admitem sem salto, e o saco, que esse pode ser de qualquer cor desde que seja vermelho. É como se por ali, tudo o resto se desenhasse numa quarta dimensão visualizada por pupilas presas a uma tridimensionalidade castrante. Quando nos aproximamos do momento de um salto dimensional haverá, inevitavelmente, deslumbre ou a desilusão, com igual oportunidade de vingarem, impondo a este meu jogo espacial uma suave democracia.

Todas as estratégicas bélicas deveriam ser executadas (apenas) nestes momentos de embrulho e desembrulho. Só aí faz sentido falar em ataque e retirada, pela frente e por trás, em cima e em baixo, dentro e fora, e em que palavras como arrombamento, arrebatamento, arrebentamento passam a ter um óbvio propósito. Em que momento “ataque massivo” e “invasão” têm melhor aplicação?

Provocará mais adrenalina levar um tiro ou correr o risco de levar um tiro? E, sabendo-se do risco, contará mais levar um tiro derivado de um acto intencional ou passional? Um embate contra uma burca nunca terá nada de ingénuo nem de passional, para ambas as partes envolvidas nesse choque.
 
Cada burca que consigamos despir representa mais que um golpe a um regime totalitário. É como se se implantasse uma democracia por cada burca deixada abandonada no soalho.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Dubai - Rattel Snake

(Este texto está em perfeito desacordo com o acordo ortográfico.)

O Rattel Snake no Dubai apresenta-nos um conceito interessante. Basicamente o bar está para o Dubai como o facebook está para o mundo: É um ponto de encontro. Há uma substancial diferença que convém ressalvar, para que não se criem esteriotipos. No facebook há de tudo. No Rattel Snake só há duas categorias de pessoas com milhentas subcategorias. Há os homens, e as mulheres. As mulheres são todas prostitutas, que pagam para entrarem no bar como os homens para que não se diga que nos Emirados Árabes há pré-conceito. Depois há os homens e é aqui a que a catalogação começa quase sem fim. Nos homens há aqueles que vão lá para beber umas cervejas caras, não havendo mais nada a ressalvar sobre esta espécie, e todos os outros. Na classe todos os outros há os frustrados e os poucos frustrados, mas acabam todos por ter uma certa frustração. Dentro dos frustrados pouco há a dizer. Esses, como se costuma dizer, “nem fodem nem saem de cima”. Estão para as meninas como os que lá vão beber cervejas caras: São uma pura perda de tempo – e note-se que lá, para além da perda de tempo, puros, só os cigarros Cuibas. Nem pelos perfumes Channel ponho as minhas mãos no fogo. Em relação aos poucos frustrados, aí sim, há detalhe a descrever. Há os poucos frustrados ainda com solução e os poucos frustrados que acabarão como os frustrados: Uma perda de tempo. Em relação aos poucos frustrados que acabarão como os frustrados não há mais coisa alguma a dizer. Já em relação aos pouco frustrados ainda com solução, esses são os que pagam para que alguém lhes faça subir o ego. Erguer o ego como se diz na minha terra. São esses que valem a pena, do ponto de vista das prostitutas. Eu, se fosse prostituta, era nessa classe que meteria o meu foco.

Admiro o meu chefe. Aliás, na relação chefe subordinado tem que haver sempre admiração ou outra coisa qualquer a acabar em “ão” ou “eito”. Por exemplo, quando não há admiração intelectual pelo chefe tem que haver respeito físico. Um trinca espinhas nunca pode ser um chefe porque ninguém respeita um trinca espinhas, da mesma forma que um burro não pode ser um chefe porque não há respeito por um burro, excepção seja feita à classe política.
Como o meu chefe que muito admiro diz, sim, porque acabamos por ter sempre um chefe, se não é no trabalho é na cozinha ou na sala de estar, não há excepção, havemos de ter sempre alguém a cagar-nos na cabeça, como o meu chefe diz, dizia, quando um homem é rejeitado num bar de prostitutas a sua vida está acabada ou perto do fim. Descer mais baixo é impossível. Não há espelho, psicólogo ou bruxa que remedeie o caso.
Eu, para não correr esse risco de ser inserido no grupo dos “em_fim_de_vida”, entrei no Rattle Snake para beber umas cervejas... E saí de lá realizado. 

O intercontinental no dubai, festival city, tem de tudo. Para além de tudo o que tem, apresenta em cada quarto um menu de almofadas. Ora digam lá se isto não é a maior paneleirice que o mundo alguma vez pôde engendrar?!

domingo, 10 de abril de 2011

We'll start again

You quiver like a candle on fire,
I'm putting you out,
Maybe tonight we could be the last shout,
'Cause I'm fascinated by your style,
Your beauty will last for a while.
You're feeling instead of being.
The more that I live on the inside,
Nothing to give.
I'm infatuated by your moves,
I've got to search hard for your clues.
Trying to outrun your fears,
You're running to lose,
Heart on your sleeve,
Your sole in your shoes.
Take a left,
A sharp left,
And another left.
Meet me on the corner,
We'll start again.
Que gosto muito das músicas dos Kings Of Convenience (ou dos The whitest boy alive) já não era novidade para mim. O que eu não sabia de todo é que esta Kirsten Stewart tem muita pinta. Nunca vi um filme seu, tenho-me recusado, para não correr o risco de me apaixonar, eu que me apaixono basicamente todos os dias.

terça-feira, 22 de março de 2011

To be or not to be

To be drunk in Saudi Arabia it's a kind of big thing!

segunda-feira, 14 de março de 2011

Leonard


Um senhor...

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Oman - Muscat


(Este texto está orgulhosamente desconforme com o novo Acordo Ortográfico)

100 anos depois de Vasco da Gama, Vasquinho para os amigos da altura, ter dobrado as tormentas mais o seu cabo sem se ter deixado enganar pela falsidade da baía falsa (False Bay) sul-africana, e, muito menos, deslumbrar pela Table Mountain ou a pela Lion’s Head, outros portugueses ali passaram vendo nessas montanhas outros bichos muito mais interessantes e imaginativos e visando outras localidades mais distantes, usando barcos movidos pelo vento. Foi, provavelmente, por serem tão bons na arte de velejar, com vento contra ou a favor, que não lhes foi possível antever que anos mais tarde, muitos anos mais tarde, debaixo daqueles solos de Oman apareceria um ouro de cor preta que hoje outros manipulam e especulam, a seu bel-prazer, arrastando-nos a todos para um poço sem fundo.

É emocionante imaginar o Tuga a entrar Muscat adentro com as armas e os barões assinalados e com um jogo especial de cintura, uma espécie de kong fu que se baseava muito mais na arte de comercializar do que de invadir e conquistar, tomar aquela terra que tem tanto de bonita como de estéril e começar a empresa de erigir tamanhas fortalezas, colorindo a região de um verde que só o Minho de Portugal e as suas gentes o podem reconhecer.

Muscat esteve durante 140 anos sobre o domínio português e isso nota-se. Nota-se na paisagem que os portugueses sempre a souberem escolher bela. Oman tem uma das mais bonitas paisagens de todo o médio Oriente por isso é que os nossos antepassados se decidiram a lá irem fazer história. Nota-se na forma como aqueles fortes de Muscat se unem umbilicalmente às pequenas colinas que descem quase despidas e agrestes para o mar e nos deixam adivinhar outras colinas de maior porte, lá a existirem para o interior, mais ou menos de um despido que seria erótico se não fosse provocado por um sol paterno rigoroso e um solo materno de um estéril arenoso. Nota-se, porque a uma paisagem assim, bela, faltava engenho português para a revestir de um verde Minho (sem álcool) e a colocar 3 patamares acima de tudo o resto ali à volta. Faltava ali a criatividade portuguesa, a tuga alquimia que transforma as coisas belas em deslumbrantes, note-se! Não me admiro nada se alguém vier a descobrir que a primeira palmeira foi ali escavada por um português. Não me admiro nadinha! Consigo ver as armadas portuguesas a passarem ao largo, como quem se vai embora sem interesse algum, e o cochicho interno sobre a potencialidade da zona emergir como um brainstorming sem grande algazarra ou tempestade, não duvido também que o conceito de brainstorming tenha surgido a bordo de uma destas estruturas portuguesas, Ora bem, diz o do leme, Aqui está uma terra fantástica para ancorar, enquanto aponta a proa para Muscat na zona mais profunda mas que ao mesmo tempo oferecesse a colina com menos desnível para ali entrar, não fosse a quilha sair quilhada do evento. Para ancorar não meu capitão, aquilo é terrinha para nos entretermos durante algum tempo, só quase precisamos de “cobrir” de verde, tudo o resto parece já ali estar, ajustou o que se encontrava dependurado no mastro.

E assim foi...

Se Beirute nos toma pelos sentidos, Muscat toma-nos pelo pensamento que é feito com memória, como um acumular de dados cuja existência só se manifesta no passado. Assim, com alguma propriedade, podemos dizer que Muscat nos toma pela sua história. Quem diz Muscat, pode mais genericamente dizer Oman, pois todo o país é composto por estruturas que nos trazem à memória os feitos os defeitos e os efeitos do passado.