Em favor dos orgasmos sincronizados
proponho que se comece com um “I’m going” e que só depois, quando o período de tempo se aproximar do razoável,
se prossiga para o irremediável "I’m coming". É que começar logo com
um “I’m coming”, ainda que a eficiência energética e torne à partida
inquestionável, não dá margem ao parceiro para se aprontar com os preparos
devidos e depois as coisas não saem sincronizadas, e, um momento que por definição
devia ser de partilha e de comemoração a dois, passa a ser de acusação onde
cada um se tenta desenrascar da forma que pode e para seu lado, deixando no ar
um ambiente de guerra e desastre, um travo a egoísmo, tudo tão contrário aos preceitos
do amor.
O “I’m going” antevê um longo caminho por
percorrer, onde não se sabe ainda se a pessoa que está no “going” irá alguma
vez chegar ao “coming”, mas aqui o que conta (também) é a intenção e a mais que
devida partilha da informação com o parceiro. O que quero dizer é que o estar
no “going” com toda a incerteza de que talvez se chegue ao “coming” olhado assim
à vista desarmada pode parecer mau mas é precisamente o contrário, é bom, uma vez
que a incerteza é o sal da vida e a informação à anteriori dá ao evento a
necessária maturação democrática, e, acima de tudo, dá-lhe tempo, que nestas
coisas dos orgasmos é bem preciso, e na área dos sincronizados torna-se tão
essencial que chegamos mesmo a entrar numa noutra dimensão, quer temporal quer
espacial.
Com o “I’m coming” a coisa pode não piar
assim com uma margem tão fina. O “I’m coming” é o mesmo que o ladrão informar a
dona da casa de que acabou de ser assaltada, é um presente continuo muito pouco
presente ou contínuo depressa demais, ou, usando ainda de outros termos, e uma
vez que as leis da física não lhe permitem ser um passado continuo, é um
passado em desespero a tentar continuar.
Claro que neste campo de comparação do “I’m going” com o “I’m coming” pode pensar-se que há algo que joga a favor do primeiro, por exemplo, enquanto o “I’m going” é uma promessa e o “I’m coming” é um facto. Está muito bem, mas um facto traz consigo outros adjectivos que o caracterizam, como o irremediável e o irreparável. Enquanto a promessa do “I’m going” pode ser refinada, realinhada, executada tantas vezes quantas as necessárias para que o facto do “I’m coming” que a procede seja irrepreensível, o facto em si, o “coming”, quando acontece de forma repreensível, já não dá margem para voltar atrás.
Deve ser por isso, e só por isso, que sou muito mais adepto dos entretantos do que dos finalmentes. Por isso e porque os finalmentes, pelo menos a mim, não acrescentam nada à sensação de concretização que se pode retirar dos entretantos. Claro... como em tudo na vida, posso estar redondamente enganado.
Claro que neste campo de comparação do “I’m going” com o “I’m coming” pode pensar-se que há algo que joga a favor do primeiro, por exemplo, enquanto o “I’m going” é uma promessa e o “I’m coming” é um facto. Está muito bem, mas um facto traz consigo outros adjectivos que o caracterizam, como o irremediável e o irreparável. Enquanto a promessa do “I’m going” pode ser refinada, realinhada, executada tantas vezes quantas as necessárias para que o facto do “I’m coming” que a procede seja irrepreensível, o facto em si, o “coming”, quando acontece de forma repreensível, já não dá margem para voltar atrás.
Deve ser por isso, e só por isso, que sou muito mais adepto dos entretantos do que dos finalmentes. Por isso e porque os finalmentes, pelo menos a mim, não acrescentam nada à sensação de concretização que se pode retirar dos entretantos. Claro... como em tudo na vida, posso estar redondamente enganado.
23 comentários:
Lol. Muito bom. Eu sou adepta da pergunta "shall we go?" Sou uma moça bem educada :D
E se de repente te oferecerem flores?
Nunca vais te casar!
No q depender de ti, definitivamente, nao
LOLOLOLLOLOLOLOLOLOLOLOLOLOLOLOLOLOL
Muito interessante o post, os comentários, as publicações dos comentários e as respostas aos comentários... sim senhor...muito, muito, como hei-de dizer?
Ambrósiooooo
Apetecia-me algo LOL
B.
Eu cá acho que o anónimo devia esclarecer se aquilo do "nunca vais te casar!" é uma maldição ou um desejo. É que não se percebe muito bem o tom com que foi proferido :D
Não tendo nada a ver com o caso mas não querendo passar sem registar aqui a minha "modesta" opinião, o "nunca vais te casar" deve ser um desejo pois, se fosse maldição e considerando a quem se destina, seria mais "tu hás-de casar-te um dia". Lol!!
Eu concordo, porque cheira-me que o Anónimo (o outro, claro) não quer que o destinatário se case porque algures dentro de si acalenta a esperança de conseguir um dia afiambrar-se a ele. Mas é só um palpite. Aquilo é tudo cinema, aposto. Lol.
Eu voto nesse palpite!!
E aqui para nós que ninguém nos ouve, o destinatário até concordaria com o afiambramento não fosse a contrapartida do casamento.
Isto só para apimentar um pouco o enredo do filme, claro! ;-)
Pois eu, na qualidade de namorada eleita pelo 1º. anónimo, não podia estar mais de acordo com os 3 últimos comentários. Ora, como nem eu nem o destinatário somos ciumentos, autorizo desde já o acasalamento, esquecendo o casamento - que isso tira a pica toda, e já agora, ainda mais interessante, que tal um "ménage à trois"? ;)
Mat
Eu que já sou o 3º anónimo, dado que o 1º é o do "nunca vais te casar" (não vão fazer confusão de anónimos), acho que essa da "ménage à trois" também tira a pica toda. Quer dizer... depois destes coments aqui no blog que, tenho a certeza, o destinatário está a apreciar de camarote, ainda é ele que sai a ganhar?! Quer dizer... em vez de um afiambramento sai-lhe dois e em simultâneo?!? Sortudo!! ;-)
Bem Kid, esta caixa de comentários está muito mais interessante do que o post. Istotálindo! Mas Mat, essa ideia não é de descartar. Talvez o Anónimo (o primeiro) queira alinhar no ménage e lhe saia a ideia do marriage ;) Istotámêmolindo! Tá, tá! LOL
3º anónimo, perspectivas diferentes, que respeito, embora discorde;)- quanto à pica do ménage à trois - e concordo sim que o destinatário está a apreciar e a gostar. É justo que assim seja.
Jacklyn, não é de descartar pois não? Como é bom chegar a casa e o ménage já feito. Ui, ui, só vantagens :).
Mas o 1º anónimo vai ter que se esforçar... só um pouquinho assim..., que aqui não há bad feelings, basta apresentar-se e, quem sabe, ainda lhe calha o marriage na rifa... ;))tudo é possível...
Kid:
Este texto está muito bem escrito. Só assim se justifica esta "onda" de emoções. Bem escrito, demasiado "clean", na medida em que não salta as fronteiras que o tema merece, não avançando em transgressão, mas bem escrito. E se a caixa dos comentários está como está, o mérito é todo teu, da tua escrita. Parabéns.
Mat
Mat:
"Ménage à trois" não dá pica na prespetiva de que, o Kid, que até escreveu e escreve bons textos, é que sai a ganhar nesta história toda, isto é, de casamento passa a acasalamento sem o dito, termina com uma possibilidade de ménage à trois e ainda ganha uma data de coments extra no blog.
Claro que não é minha intenção negar-lhe o mérito da escrita, antes pelo contrário, mas parece-me um prémio demasiado. Só isso!! :)
Jacklyn:
Concordo!! Esta caixa de comentários está mesmo muito interessante. Diria mesmo... está a dar muita pica!!
Kid:
Não fossem os comentários, o blog, nos últimos tempos, não tinha atividade. Vê se tratas de postar aqui algo de novo, sim?!?! Lol
Caríssimas, o Kid pode ter o mérito de reunir à volta dos textos (alguns, vá lol) comentários de pessoas interessantes, mas esta interação entre "nosotras" é de mérito só nosso, que o Kid tem estado calado, é ou não é? :):)
É que só posso concordar. Mérito nosso, se bem que ele deve estar a apreciar e, como eu já disse atrás, de camarote. ;-)
De camarote ou não, acho que o Kid está lá trás, mas tão lá trás, que eu já quase nem o vejo. Lol.
...
demorei mas cheguei!
:)
e gosto!
Bapla
A antiga fã ''Bapla'' esta de volta. Ela quer tb casar com o Kid A.
Oh Kid, pá? Tu dás conta de todas? Ah valente! Ahahahahah
Estás como peixe na água. "Lolitas" no teu reino... de novo, Assim é que te sentes bem alimentado, e o ego é algo que não dispensas, mas ... enfim... antes de abrires escreveste-me " aquilo que eu era acaba aqui.... " e abriste este blog mas... deste o endereço... voltou tudo ao mesmo, na verdade nunca deixamos de ser nós. O nivél começa a baixar de novo, tu não sei mas a tua escrita merecia mais ou não? ou tu e a escritas são letras da mesma tinta?
Porta-te bem.lol
B.
Só falta a fã francesa.
Há aqui pessoas que se esqueceram de tomar a pastilha...
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