sexta-feira, 29 de janeiro de 2010
sábado, 23 de janeiro de 2010
Anna
Ela tem cabelos pretos pretos e uns olhos verdes verdes que tornam irrelevantes os seus 1,83 m quando de salto. Claro que os seus olhos mudam de cor, comutando entre um azul esverdeado e um verde azulado, de acordo com o seu estado de espírito, explica-me com complacência. É singela em demasia - a natureza dá-se a cada excesso! Bonita, é quanto baste.
Pensa que é caótica nos pensamentos mas, e só desta vez, permite-se a pensar de forma errada. Tudo o que nela existe, o corpo, a alma, o fio ou vontade breve que mantém os dois unidos, está completamente definido e organizado a partir do momento em que decidiu dar-se por si.
Conhece os astros e o funcionamento do cosmos como ninguém, e, quando não os conhece assim tão profundamente, trata de criar as mais belas teorias que rápido rápido passam a ser comummente aceites pelas comunidades mais científicas. Por exemplo, por não acreditar na corrente que diz que as plantas nascem em direcção ao sol, concebeu a razoável teoria de que as plantas não crescem e o que acontece vermos é apenas o efeito visual e falso da terra a desaparecer-lhes nos pés. Depois, claro, foi por aí fora e desvendou que os pássaros não voam, apenas encontraram uma forma inteligente de se libertarem das amarras da gravidade. Bem, consta-se que Einstein já começa a dar pulos na cova por suspeitar que um dia ela, a Anna com 2 énes, lhe vá descobrir que afinal a velocidade da luz não é constante e que, se assim é, a própria luz ultrapassa a velocidade da luz e, assim sendo, diz ela, lá se vai o alicerce que sustenta todas a teorias da física e da mecânica até hoje. Não é elementar meu caro António, continua, que se a luz se ultrapassa a si própria então haverá um momento em que qualquer outro elemento o poderá fazer? Eu digo que sim, que é elementar, sem entender a abrangência da sua questão, ao que ela me responde sabendo que só vai encher de átomos vazios as interjeições deste nosso espaço, Então, pensa, talvez um dia eu vá saber o que pensas antes mesmo de tu o teres pensado. Eu, eriçado como um menino, com aquela pele de galinha que vestimos quando alguém nos inquieta com o oculto, limito-me a avaliar esta estranha urgência com que ela passa do macrocosmos ao microcosmos, sustentando ambos numa teoria única e universal, e penso, que talvez não seja suficientemente homem para esta transcendente Anna.
Obrigado por teres cruzado o meu caminho.
segunda-feira, 11 de janeiro de 2010
Depeche Mode - Useless
O título tinha que ser depeche mode, mesmo que esta versão não seja deles. O original pertence-lhes e a letra, ao contrário do Damien Rice com o seu 9 Crimes, têm algum sentido para além do sentido ejaculatório que uma profunda análise lhe pode dar. O senhores Kruder & Dorfmeister fizeram esta versão. O vídeo, assim assim, nem bom nem mau, dá para o gasto, não sei quem o fez, nem me interessa. Interessa-me o som, interessa-me a letra, em*.
Para a minha amiga do Damien Rice, esta letra é mesmo about time!
Até já. Esta música arrepia-me.
Useless - Depeche Mode
Well it's about time
It's beginning to hurt
Time you made up your mind
Just what is it all worth
All my useless advice
All my hanging around
All your cutting down to size
All my bringing you down
Watch the clock on the wall
Feel the slowing of time
Hear a voice in the hall
Echoing in my mind
All your stupid ideals
You've got your head in the clouds
You should see how it feels
With your feet on the ground
Here I stand the accused
With your fist in my face
Feeling tired and bruised
With the bitterest taste
All my useless advice
All my hanging around
All your cutting down to size
All my bringing you down
All your stupid ideals
You've got your head in the clouds
You should see how it feels
With your feet on the ground
sexta-feira, 8 de janeiro de 2010
Ler nas entrelinhas
Aconselho a que vejam o vídeo e leiam a letra da música em baixo antes de passarem à leitura desta peça.
Aqui há uns dias li no blog de uma amiga um comentário interessante em relação à música "9 crimes" do Damien Rice (ver vídeo em baixo. Ver letra em *). Dizia ela que a música lhe fazia pensar que "não há timings correctos". Ora eu concordo por um lado e discordo por outro. Concordo que há sempre um timing, um tempo, um momento perfeito, um espaço que fora dele deixa de ser timing, deixa de ser tempo, deixa de ser momento, deixa de ser perfeito, ou, pelo menos tão perfeito, isto por um lado, por outro, discordo de que o timing na verdadeira acepção da palavra se aplique à música e à letra que podem visualizar aqui. Ora porquê?
A música é muito boa, é mesmo excelente se avaliarmos aquela sincronização de vozes e se dissermos que consegue de uma forma fantástica encobrir o que nas entrelinhas se deve ler. Se nos debruçarmos atenta e acima de tudo cuidadosamente sobre a letra podemos ver que ela não descreve nada mais que uma ejaculação que tarda em acontecer porque ela, a menina da fita, não sabe disparar a arma e, assim sendo ele, o menino da peça, que é uma peça, não é suposto ficar a segura nela, na arma, que ainda por cima está carregada!
Se este texto aborda um possível timing ou momento em que as coisas deviam acontecer é na parte em que ele diz que it’s the wrong time for someone new.
Mas vejamos se concordamos com ele.
Eu não concordo. De todo! È claro que ele deve procurar alguém novo para que ele não acabe por “give my gun way when it’s loaded”. Este Damien não deve saber o que dói deitar fora uma arma carregada. Dói muito, muito mesmo!
Está certo tudo isto? Claro que não está certo!
*
Leave me out with the waste this is not what i do
It's the wrong kind of place to be thinking of you
It's the wrong time for somebody new
It's a small crime and i got no excuse
and is that alright yeah?
I give my gun away when it's loaded
is that alright yeah?
If you don't shoot it how am i supposed to hold it?
is that alright yeah?
I give my gun away when it's loaded
is that alright yeah, with you?
Leave me out with the waste this is not what i do
It's the wrong kind of place to be cheating on you
It's the wrong time she's pulling me through
It's a small crime and i got no excuse
and is that alright yeah?
If i give my gun away when it's loaded
is that alright yeah?
If you don't shoot it how am i supposed to hold it?
is that alright yeah?
I give my gun away when it's loaded
is that alright?
is that alright with you?
is that alright yeah?
If i give my gun away when it's loaded
is that alright yeah?
If you don't shoot it how am i supposed to hold it?
is that alright yeah?
I give my gun away when it's loaded
is that alright
is that alright with you
and is that alright yeah?
is that alright
is that alright
is that alright with you?
no?
quarta-feira, 6 de janeiro de 2010
Arthur Schopenhauer
Isto sim, é literatura!
Não pagues a viagem à toa
Quanto mais sensato e sábio alguém é, pior é para ele viajar em conjunto com a metade insensata da humanidade, e com razão, pois esse ligação representa uma grand imprudência da sua parte. Trata-se daquele que completou quarenta anos de idade sem ter se sobrecarregado com mulher e filhos, e quer fazê-lo depois. Para mim, isso é como se alguém já tivesse percorrido a pé três quartos do caminho até à estação do correio e ainda quisesse gastar dinheiro num bilhete para o resto da viagem.
Não pagues a viagem à toa
Quanto mais sensato e sábio alguém é, pior é para ele viajar em conjunto com a metade insensata da humanidade, e com razão, pois esse ligação representa uma grand imprudência da sua parte. Trata-se daquele que completou quarenta anos de idade sem ter se sobrecarregado com mulher e filhos, e quer fazê-lo depois. Para mim, isso é como se alguém já tivesse percorrido a pé três quartos do caminho até à estação do correio e ainda quisesse gastar dinheiro num bilhete para o resto da viagem.
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