Não é por acaso que os sauditas se referem ao Barém como o bordel das arábias. Deve ser porque no Barém se sente uma brisa latina que a todos nos toca de energia e de samba, mas, e aqui reside a sua essencial diferença, é de um samba que não cheira, ou antes, cheira, a fragrâncias manipuladas de perfumes Yves e Chanelles originais, pelo menos os dos europeus que por aqui espalham as suas influenzas. Ora, quem vê o Barém com os olhos de um saudita, e que deus nos livre desta permuta, vê uma ilha onde as mulheres vão de biquíni à praia, dançam merengues em movimentos sensuais, sorriem porque estão suficientemente despidas para se lhes ver o sorriso e outros belos apêndices, são simpáticas como, se a natureza dos nossos dias não andasse com as pernas do avesso, todas as mulheres deviam ser, e com isto não queremos dizer que as sauditas não o são, não o sabemos, não o sei, não dá para ver, nadinha, e, imaginem só! conduzem, pecado dos pecados! aos olhos de um saudita, estávamos a tentar dizer, este país não passa de uma putaria sem fim, isto é, qualquer ser humano educado ou, usando de uma imagem menos abstracta, afunilado pelas bitolas de uma religião, qualquer religião, vai achar a vida, com ou sem biquíni, com ou sem burca, um triste e sujo bordel. Aqui, como aí, todo este arrefecimento global da natureza, é condicionado pela religião e pelos que vivem da comunicação de medos e de visualizações que, em verdade se diga, são produto de mentes extremamente criativas.
Passemos ao Barém, ao Barém Barém, ao Barém sem comparação com a Arábia Saudita ou com outro qualquer país, para ver se ainda assim conseguimos fazer a apologia deste paraíso terrestre. O Barém sofre apenas um pequeno defeito que o despromove da posição de paraíso celestial: O ruído ao fundo das gruas e outras máquinas que diariamente labutam na construção de torres obliquas saídas de desenhos quase animados.
Bem, assalta-me agora mesmo um pensamento que me impede de passar ao Barém Barém sem as facilidades de uma descrição por comparação, e o pensamento diz-me que se tudo isto é para mim um paraíso e se, para outros seres humanos, como os sauditas por exemplo, isto tudo é um bordel, e, tendo em conta que observamos uma mesma realidade só que através de funis diferentes, então, não deves ter a mínima dúvida, diz-me ele, o pensamento, o paraíso, celestial ou mais terreal, é tão só e apenas um grande bordel! Este é um dos pensamentos que não me tira o sono, muito pelo contrário, rejubila-me. Esta ideia de um paraíso bordel impingida pelo meu pensamento, aquele que não me deixa passar por enquanto ao Barém Barém, agrada-me e motiva-me, queria eu dizer. Porquê? Porque no bordel, como o paraíso que é um bordel, são os únicos locais onde a sinceridade é pura e constante.
O Barém é uma espécie de América latina nas noites boémias em que o sol se entretém observando os paraísos que existem do outro lado da bola azul, é uma Seischelles nas praias, Zurique nos luxos, Londres nos táxis com taxímetro, Alemanha nos impostos bem determinados e lembrados numa luxuosa recepção de hotel, Paris nas torres e espelhos, ferro e cimento e, desculpem-me, mas o meu brio profissional de relator não me permite colocar aqui Nova Iorque. A Nova Iorque poderia até associar algumas loiras lindas mais ou menos da minha altura que aqui se fazem acompanhar por ogres bem vestido, pequenos e ricos, estúpidos, já agora, como uma porta, poderia comparar, só que em NY as loiras para além de ricos e bem vestidos têm a opção de escolherem ogres mais altos!
Claro, o Bahrein é parecido com a nossa terra em termos de festas. Na nossa terra temos as festas da padroeira, e aqui temos as festas privadas. Nas festas da padroeira toda a gente entra enquanto nestas privadas só entra quem tem convite. Subtil diferença.
Agora sim, sem comparações, o Bharein é um excelente país para se passarem umas férias de SPA, de aventura diurna e de loucura nocturna, isto tudo aqui mesmo ao lado do deserto.
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