http://www.youtube.com/watch?v=zXUOsIdlHEo
Para que o cenário fique esclarecido logo
no princípio do verbo, eu estava num ginásio em Lausanne quando de repente,
multiplicado pelos vários ecrãs da sala, vejo o Nuno Graciano a abrir a porta
do que parecia ser uma discoteca ao internacionalmente (re)conhecido Paulo
Futre. Caí com a minha atenção toda dentro do vídeo-clipe, naquela grande
metragem que leva lá fora o bom nome de Portugal. Completando a descrição, nos
meus headphones passava isto, ou isto , isto para que não se criem falsas impressões.
Depois de observar que se tratava mesmo do Paulinho, lá tentei esforçar a vista para ver quem era o músico que ali actuava. Lá estava ele, David Carreira, com a música “Falling into you”, que em Português de Portugal deve dar qualquer coisa como “Pequeno falo dentro de ti”.
Depois de observar que se tratava mesmo do Paulinho, lá tentei esforçar a vista para ver quem era o músico que ali actuava. Lá estava ele, David Carreira, com a música “Falling into you”, que em Português de Portugal deve dar qualquer coisa como “Pequeno falo dentro de ti”.
Sem tirar os olhos do ecrã, e os ouvidos
dos meus ocultadores, tentei entender quem é que caía dentro de quem, movido, a
princípio, por uma curiosidade meramente antropológica. É que cair dentro de
alguém para além de todas as questões metafísicas e biológicas levanta também
alguns desassossegos mais psicológicos ou emocionais. Cair desamparado dentro de alguém deve ser
emocionalmente impressionante ao passo que fisicamente deve ser de uma leveza
esgotante.
A discoteca deixou-me de queixo caído e com um irremediável sentimento de tristeza pela ideia do que tenho andado a perder devido à minha falta de faro em encontrar os locais correctos e os ambientes acertados. Os bares mais sofisticados que conheço são os de Braga, vejam a minha triste sina! E mesmo lá, onde o ambiente é de uma forma geral acima da média, não vejo pessoas tão esbeltas e bem vestidas. Tirando a gorda que aparece desfocada ao fundo da sala do outro lado da piscina, todos os portugueses naquele vídeo-clipe estão subaproveitados. Os olheiros de Hollywood que tratem das olheiras pois não andam a executar com propriedade a função que lhes foi incumbida. Pessoas bonitas, bem vestidas e ainda por cima com bom gosto musical não deviam estar assim abandonadas ao pé de uma piscina onde, ainda por cima, poucos nadam.
Rien Jean-Pierre, Rien!
A discoteca deixou-me de queixo caído e com um irremediável sentimento de tristeza pela ideia do que tenho andado a perder devido à minha falta de faro em encontrar os locais correctos e os ambientes acertados. Os bares mais sofisticados que conheço são os de Braga, vejam a minha triste sina! E mesmo lá, onde o ambiente é de uma forma geral acima da média, não vejo pessoas tão esbeltas e bem vestidas. Tirando a gorda que aparece desfocada ao fundo da sala do outro lado da piscina, todos os portugueses naquele vídeo-clipe estão subaproveitados. Os olheiros de Hollywood que tratem das olheiras pois não andam a executar com propriedade a função que lhes foi incumbida. Pessoas bonitas, bem vestidas e ainda por cima com bom gosto musical não deviam estar assim abandonadas ao pé de uma piscina onde, ainda por cima, poucos nadam.
Rien Jean-Pierre, Rien!
No final do vídeo, só mesmo no final, chegamos à conclusão que não entendemos o guião, o propósito, a missão. A falta deve ser minha, no entanto, não compreendo como se consegue pegar num tema tão bom e não aproveitar para o dissecar. Cair dentro de alguém é trama para 500 teses de 500 páginas cada uma. Ali, nem uma foi aproveitada. Alguém caiu dentro de alguém sem ninguém dar pelo facto e não se aproveitou para se estudar a força do atrito ou da falta dela. Essa força que confirma o que os físicos tanto procuram, que as coisas não são feitas só de energia, que também têm massa. Alguma massa. Fusilli ou outra qualquer, com pouco sal.