A teoria quântica
diz que uma determinada partícula existe em todos os estados ou posições
possíveis até ao momento em que é observada. Ora, isto é o mesmo que afirmar
que, por exemplo, uma árvore existe em 2 estados simultaneamente, em pé E
deitada, até ao momento em que alguém a observa e lhe reduz a existência a uma
das posições, em pé OU deitada. O mesmo acontece com o gato de Schrõdinger que
está morto E vivo dentro de uma caixa, dependendo de um evento aleatório
precedente, como o decaimento de um átomo que fará disparar um mecanismo
mortal, e que o gato estará vivo, OU morto, quando alguém o observar dentro da
caixa.
É assim claro que
para alguma coisa existir neste mundo quântico, num estado apenas, tem que
haver sempre um observador. Sem observador não há realidade, não existe a coisa
que devia ser observada, ou existe, mas em todas as dimensões possíveis. A
teoria quântica tem, assim, aplicação em muitas áreas, e justifica quase tudo,
até a percepção dos problemas que só existem se forem observados.
Então
por que é que a esquerda em Portugal é quântica?
Porque também ela
faz descrições e observações dos objectos, das circunstâncias e das situações,
dando-lhes a merecida existência.
Bem certo que dar
existência às coisas, para além de ser uma actividade normalmente associada aos
deuses da fantástica mitologia grega, é um acto tão grandioso que só grandes
almas, altruístas, desprendidas, desinteressadas e muito apaixonadas podem
alcançar. Eu reconheço esta capacidade criadora à esquerda portuguesa, ponto
final. O que quero dizer é que o problema da esquerda não está neste acto de
criação; o problema da esquerda está no excesso de criatividade.
No exemplo usado no
início deste texto, da árvore e os seus 2 estados possíveis, em pé E deitada, o
excesso criativo da esquerda quântica portuguesa irá criar uma árvore inclinada
ou em levitação, que nem é boi nem é vaca, num estado “intermédio”, mesmo que
física e economicamente seja um estado impossível (o exemplo da árvore é mau
pois a inclinação e a levitação são 2 estados fisicamente possíveis),
“límbico”, só para agradar a gregos e a troianos e fazer de uma grande massa de
portugueses, dos que ainda pensam e têm algumas noções de matemática e de
economia das básicas, de otários. É este “mais ou menos” da esquerda quântica
portuguesa que me chateia, caralho!
Mais uma vez,
baseando-me na quântica da vida, e sem me querer alongar muito, tenho ainda a
observar, pois é observando que se cria a realidade, que para haver otários
tem de existir a outra parte, o grupo que os observa e lhes dá existência. Ora,
há aqui uma relevante esperança para o grupo de otários que a esquerda se
entretém a observar e a criar: é que o excesso de criatividade que a esquerda
quântica põe nas observações que realiza torna altamente provável que a
observação esteja a dar existência a algo física, matemática e economicamente
impossível, tornando assim em otário não o grupo observado mas o grupo que o
observa.
Sinceramente, não
sei o que é mais perigoso, ser otário ou fazer os outros de otários, pertencer
a um país governado por otários ou governar um país de otários.
Mais não seja pelas consumições que não os consomem, os
otários tenderão a viver muito mais tempo que todos os outros grupos ou existências.
Ou seja, vão ser precisas muitas gerações para que esta leveza de se pensar
“que se pode viver com o dinheiro dos outros” se esbata e desapareça.
1 comentário:
Eu acho que no meio de otários, de menos otários e dos outros todos, nós estamos (e vamos) tragicamente desgovernados.
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