sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Eu disse…

Eu disse: Sabes por que, provavelmente, não poderei ficar contigo? Porque somos consciências actuando num mesmo nível, num mesm estrato, sob um mesmo estado ou condição, e, quando assim é, tornasse-nos difícil a convivência.
Tu disseste: Esse é o verdadeiro motivo para estares, e nunca para não estares. O verdadeiro motivo, serás tu a descobri-lo um dia.
Eu disse: O verdadeiro motivo está todo na minha frase anterior. Numa relação tem que haver deslumbramento ou compaixão. Nenhum desses factores essenciais existe em almas do mesmo género. Explico-te talvez um dia.
Tu, não disseste.

5 comentários:

Anónimo disse...

Ela ainda não disse? E tu ainda não descobriste . E esse é que é o verdadeiro motivo . Deixo aqui a transcrição de um texto que não sendo meu nem para ti ( e por isso as aspas) bem que te servia como uma luva. Mas se ela nunca disser, resta-te sempre a compaixão inconsciente já que foges do deslumbramento conscientemente. Ao texto abaixo eu não apelidaria de “Alma aberta, mas sim de “tomates”.
“Alma Aberta.
Não lhe chamarei “ Declaração ”, porque me desnudo simplesmente quando ao fim de tanto tempo ouso escrever. E digo ouso, ouso porque é de facto ousado escrever sobre um sentimento tão nobre com palavras tão pobres. Não tenho o teu dom para a escrita, dom sim porque é um dom que tens, do qual tens consciência, e o qual partilhas no anonimato. E desnudo-me sem pudores, nem reservas, nem receio do ridículo. Porque um sentimento tão nobre não pode nunca ser ridículo ou ridicularizado. E sei o quanto podes ser mordaz, o quanto podes ser mortal com as palavras, mas não receio que mates com uma única frase o que sinto e senti no primeiro dia que te vi. Porque sei que se o fizeres é a ti que estás a magoar.
Não receio sequer que ouses travar comigo os diálogos acutilantes e mordazes que trocaste com tanta gente anónima que fez comentários ao néctar que escreveste tantas e tantas vezes. Não receio porque sei que sabes que te entendo em cada entrelinha, te sinto, e me sinto como se de mim se tratasse. De cada vez que te viras do avesso tentando encontrar as palavras certas e de novo foste ambíguo, e o conflito entre Ti e Ti instalou-se de novo, eu senti essa dor como se de minha se tratasse.
(continua...)

Anónimo disse...

Continua2...
Li e “reli” desculpa, mas “reli” mesmo porque li várias vezes durante estes meses, o que escrevias e as respostas que suscitavas às mais variadas “personagens” e como dizia alguém … “tens um harém” potente e se algumas vezes abanaste consciências e doutras sensibilizastes seres dignos de Te lerem conseguindo reacções dignas do que escreves, noutras … enfim como sabes… os comentários deixam muito a desejar e o harém cresceu desmesuradamente e com qualidade duvidosa. Mais parecia que estavas a ser leiloado. Obviamente que a culpa não é tua, mas das fêmeas desta geração, que com tanta sede de igualdade e emancipação desataram a correr desenfreadamente para o ridículo. Queixam-se à boca cheia que os homens são uns trastes, e que a tradição já não é o que era. Quando ouço comentários destes, penso para comigo mas de que se queixam elas pois afinal quem tem constante necessidade de afirmação, diminuído está!
Os nossos caminhos cruzaram-se por breves momentos e dificilmente se voltarão a cruzar. No entanto, esses breves momentos foram para mim muito importantes, mais do que possas pensar. Passei por inúmeros estados de Alma, inúmeras sensações. Umas foram agradáveis, outras nem tanto assim. Sorri, chorei, ri à gargalhada e murmurei em silêncio palavras que nunca vais saber. Sonhei e idealizei, construi e destrui. Passei de uns estados a outros a grandes e a pequenas velocidades, segundos e minutos que me pareceram horas intermináveis. Senti carinho, amor, raiva, umas vezes de mim outras vezes de ti. Escrevi sobre emoções distintas numa escala crescente e logo de seguida descendente a uma velocidade que só o estado de alma de um adolescente tem o privilégio de conhecer. Não deves estar a perceber como foi possível acontecer se nós nem nos conhecemos. Assim parece. Tu não me conheces. O contrário já não é verdade. O que escreves é o espelho da tua Alma. E é com a Alma cheia que muitas vezes e na maioria delas escreves. E eu li-te dias e noites a fio , semanas e meses a fio. Somado ao que senti no dia que nos conhecemos, que poderia não ter sido mais do que “química” (é assim que se diz não é ?) conheço te profundamente e isso não foi das histórias mais felizes da minha vida. Pois dei comigo personagem principal de uma história com um único actor. Grande filme! Estarás tu a pensar. Pois foi. Tem sido.
Volto a dizer que não receio nem por um segundo que tenhas a coragem de ser mordaz comigo. Conheço-te. Sinto-te. E desde essa altura que te leio, umas vezes revolto-me contigo por te sentir, a ironia é o teu forte, mas quando se trata de ti não lhe acho piada. Outras rio-me contigo por me divertires. Zango-me contigo e zanguei-me algumas vezes que li barbaridades que escreveste Como aquela :

Anónimo disse...

continua3...
“Hoje ama-se porra nenhuma! Hoje não se ama, simplesmente! ”
Como é que alguém pode viver sem amar? Ama-se sim, ama-se tantas vezes quantas for necessário, como se sabe e se pode.Porque quem ama, de cada vez que isso acontece fá-lo com a convicção que sabe e que pode na altura, mas isso não faz dessa pessoa menos verdadeira, menos pura, menos altruísta do que tu te julgas nessa tua visão distorcida(voluntária ou involuntária) do amor.Apenas, te dou de borla que quem ama, acredita no momento e dá o que sabe, porque as pessoas não são todas iguais. Mas as pessoas que amam como quem gosta, que amam muito ou pouco, que conseguem quantificar o que não é quantificável, amam aos quilos, aos dias e ás semanas, porque naquele preciso momento acreditam mesmo nisso.E dão-se. Coisa que talvez tu não saibas fazer por isso é que não acreditas, ou te negas.
Isso é amor cromo!
Naquele momento é.
E é honesto.
Desonesto é negar-se que se ama várias vezes na vida, várias pessoas na vida, porque a nossa função neste mundo, é amar, todas as vezes que o amor se apresentar e sobre todas as formas que ele se quiser mostrar. Mas triste é quem não sabe e não quer amar, porque tem medo, porque não sabe lidar com a perda e não sabe acreditar. Feio é criticar os outros pelas vezes que supostamente amam, quando se sabe que essa é uma condição humana à qual nenhum de nós está imune. Quantos já amaram tantas e tantas vezes, e na próxima vez dizem : "ès o meu primeiro amor, nunca amei assim...
Tretas. Cinismo. Mentira.Não fales do que não sabes.
De cada vez ama-se de forma diferente. Mas ama-se. E não vale a pena nem a negação nem os falsos moralismos.Ao escreveres aquilo estavas com raiva de quem? De ti porque não saberes receber ? Ou porque não soubeste dar? Ou simplesmente porque não aceitas que seja assim?Ou estavas com raiva porque acabou o amor? Mas o amor acaba sabias, acaba e renasce a todo o momento, como as flores, a relva, a vida, é um processo em constante mutação da qual nós fazemos parte e para o qual nascemos.Temos que nos aguentar, sabias? Não vale a pena espernear, vale mais a pena abrir o coração e amar como se souber, com quantidade ou sem ela, pouco tempo ou muito tempo.Porque não vale a pena desdenhar sabes? Porque tal como dizia a minha avó :
" Não se cospe na sopa que se come", e mais : Sê feliz, é tão fácil.”

Anónimo disse...

continua4...
Não gostei daquele texto que escreveste, não gostei de tanta descrença no sentimento que move o mundo e a vida. Terás as tuas razões, que não são de certezas razões para te negares aceitar algo de tão sublime e volto a dizer de cada vez é diferente e vale a pena sim. E inventas. Inventas e de cada vez que escreves verdades que tomas por absolutas faze-lo de forma mordaz porque sabes estás a negar-te. E penitencias-te de novo. E neste circulo vicioso que te moves, que te movimentas, não querendo sair dessa escuridão/negação que impuseste a ti próprio. Tu são vários porque te alimentas de ambiguidade. Faço o mesmo sabes… São tantas as personagens que já me confundo no espaço e no tempo e borro-me de medo de cada vez uma delas quer desaparecer de dentro de mim, que cada uma delas quer libertar-se deste marasmo emocional em que a coloquei.
Despeço-me e desnudo-me sem intenção absolutamente nenhuma, a não ser a de te dizer tão simplesmente que o amor existe, às vezes apenas se cruzam dois seres que se Amam, outras não, mas existe. Tinha de te dizer que te vi a Alma, que a senti e a continuo a sentir, é tão simples afinal quando nos libertamos dos preconceitos e dos medos e dos receios, é tão simples dar e receber felicidade. Senti-te desde que te vi, esse sentimento foi aumentando à medida que te ia conhecendo, hoje tive necessidade de te o dizer, não sei se por mim, se por ti, fi-lo por nós porque sei que não há nada de mais sublime, mais grandioso para a nossa Alma do que sabermos que somos amados e dizê-lo não nos desvaloriza. Talvez porque te respeito, talvez porque ambos merecemos . És um Senhor. Disse-o sem medo do ridículo. Espero ter-te enchido a Alma. Sem saberes encheste a minha. Espero que encontres o que procuras. “

Lindo não? É preciso ter tomates mesmo sem motivo.
Tomates sem motivo será talvez o mesmo que amar incondicionalmente?Isto dava direito a mais umas páginas…

não continua... FIM

Anónimo disse...

Vim reler este e outros textos que de forma anónima te escrevi, sempre com a quase certeza que me identificarias, ou talvez não, e aproveito para te escrever aqui . Em todos eles te disse de alguma forma: és um Senhor! E enchi-te a Alma. Se não enchi então resta-te lamentar, algo te falta, mesmo quando escrevi " cruzamentos" só tu poderias identificar-te...É preciso coragem para escrever o que te escrevi sem medo do ridiculo. Fi-lo.Sem nada esperar.Apenas para te encher a Alma. Ignoraste-me muitas vezes, continuas a fazê-lo a última não foi de um sr, quando se recusa um convite arranja-se uma desculpa nem que seja uma mentira, especialmente e sobretudo se a outra pessoa for uma Senhora.Talvez porque não passas de uma personagem do meu imaginário. Há pessoas cuja criatividade é inesgotavel, talvez tenha sido o que aconteceu comigo. talvez porque as pessoas não são o que nós gostariamos, nem têm de ser. Li e "reli" alguns dos teus textos para tentar perceber , mas conclui que nada há a perceber.Reli-te quando perdeste a Nina, há poucos sentimentos incondicionais, Amizade pode sê-lo, o Amor também, mas acontece raramente na vida de alguns. Há pessoas e factos que raramente acontecem nas nossas vidas e devemos saber identificá-los. Não gostei que tivesses ignorado o convidei para vires cá, foi de boa fé, queria paz,a tua amizade, apenas... Agiste mal. Eu não mereci. Portaste-te mesmo mal.As pessoas não se tratam assim, tratam-se com educação e ou educação, as que nos são mais ou menos especiais não se tratam assim e ponto. Trataste-me sem consideração, mereço o gostinho de te escrever. Desta vez não vamos fingir que nada aconteceu como deves calcular.Ficamos assim.No verão nas poucas palavras coerentes, disseste-me para viver o momento presente. É o que tento fazer conscientemente e tu?