domingo, 2 de agosto de 2009

O armazém de Judeus

Os últimos tempos têm sido férteis em experiências novas. Não estou a falar da experiência “dona de casa” porque essa já está a ficar entranhada no meu dia-a-dia, mas noutras áreas de vivência de que não quero para já falar. Vejamos este fim-de-semana (fds), por exemplo, em que como disse deveria estar em Londres e não em Frankfurt, vejamos de que forma foi rico experiências.
Sábado à tarde passei pela experiência de pagar 250 Euros de multa porque estacionei e abandonei o carro de um amigo (que se encontra em Portugal) num local onde, aparentemente, era proibido estacionar. Como se poderá verificar fiquei com o fds estragado, não pelos 250 euros que paguei ao barrigudo do reboque para ele me devolver o carro mas pelo que os mesmos 250 euros poderiam fazer por mim em Frankfurt. Poderia por exemplo comprar uma boa viola e ainda sobraria dinheiro para jantar, ir a uma boa discoteca e beber uns bons copos.
No sábado, não sei porquê, apanhei bastantes pessoas em Frankfurt a falarem num rico português. Enquanto seguia de metro (de superfície), para dar os 250 euros ao barrigudo do reboque, oiço um caralho e um foda-se em bom português, e, para que dúvida não houvesse de que o casal era do norte de Portugal e não uma qualquer dupla de brasileiros a esforçar um calão português, ouvi, quase como quem remata, um “mor”, de amor. Pus as orelhas em riste para tentar captar sobre o que dialogavam, enquanto traduzia no inglês possível para os alemães que me acompanhavam. Eia, fuoda-se mor!, que caralho é aquilo?, dizia ela com grande admiração. Ele, qual professor que ensina com todo o amor as criancinhas, informou, Aquilo é um armazéns onde armazenavam os Judeus na segunda guerra mundial. Quase que me deu uma coisa má quando ouvi tal ensinamento e fiquei a pensar se deveria parar por ali as traduções. O professor continuou com todo o amor, Sabes, aqui foi o maior alocausto (holocausto, idiota, holocausto!) do mundo e os países mais afectados foram a Polónia e a Holanda. Estava 50% certo o erudito professor ao que ela ia retornando a captação dos ensinamentos com fuoda-ses. Eles ali não matavam os judeus, apenas os armazenavam e depois enviavam-nos para os campos de concentração dizia o professor. Mas mor, cum caralho, dizia ela. Tapei os ouvidos pensei quantas vezes 250 euros seriam necessários para educar um casal em fase de crescimento.
No domingo fui ver o Dalai Lama no arena stadium. Uma desilusão. Não conseguiu captar a atenção dos milhares de pessoas que lá estavam. Para além de conhecimento básico sobre consciência e emoção nada mais disse. Provavelmente não tinha mais nada para dizer. Após longos anos, senti-me novamente na missa dominical. E não era o Dalai Lama que fazia a missa dominical, era o fervor estampado em alguns rostos a faziam. Cada vez mais detesto esta sociedade de enfileirados.

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