segunda-feira, 12 de abril de 2010

É do diabo III

Depois de alguns anos a ver novelas chorando ranho sobre o meu karma, e o dos outros, eis que me começam a surgir alguns livros interessantes sobre química, da fácil, daquela que se aprende sem intenção de se aprender ou, que se aprende nos manuais amarelos do tipo “química para totós”. Destaco, sem quaisquer dúvidas, o Aldous Huxley com o seu Admirável Mundo Novo ou o seu “As Portas da Percepção” mas posso ir muito mais longe, não em conteúdo mas na mesma direcção, e chego aos admiráveis livros de Carlos Castaneda, como “A Erva do Diabo”, que nada tem a ver com o demónio ensinado na doutrina mas que, juntando bem as coisas, percebe-se a sua base comum e os seus efeitos semelhantes. Com estes livros, comecei a aperceber-me que ambos, o religioso -ou a pessoa que faz meditação, como iremos ver mais à frente - e o indivíduo sobre o efeito de alguma substância química sofrem alterações do estado do seu cérebro que lhes faz aperceberem-se de outros cenários e outras variáveis, reais ou inventados. Tudo se deve a essa alteração química que constantemente se opera no nosso cérebro e que na sua versão mais suave ora nos dá a sensação de alegria ora nos dá a sensação de tristeza.

Aldous Huxley descreve em “As Portas da Percepção” a sua experiência de todas as vezes que injectava de forma assistida, com um médico ao seu lado, mescalina no sangue. As suas descrições dos objectos reluzentes e maravilhosos, as suas sensações de alegria, a sua percepção acima (?) do normal estão em linha com as descrições que lemos em alguns livros na área da meditação ou artes orientais como o yoga. Comecei a encontrar um paralelo nestas descrições feitas pelas pessoas que atingem um estado de “iluminado”(?) e as descrições feitas por estas pessoas que mascavam, fumavam (Ler a Erva do Diabo de Carlos Castaneda) ou injectavam substâncias que podemos chamar de alucinatórias. Ora, se verificarmos que em todos estes momentos de meditação yoga, ou outra qualquer, há sempre uma mudança na forma como respirarmos e, se continuarmos a seguir o fio lógico do raciocínio, entendermos que o oxigénio é quem alimenta o cérebro, então com a meditação estamos de certa forma a alterar pelo menos esse fluxo de oxigénio, e, para terminar esta lógica se isto então aquilo, então estamos também directamente a alterar o seu estado químico e o efeito que daí advirá será o mesmo do descrito no “As Portas da Percepção” ou no “A Erva do Diabo”.

Como é que um religioso tem mais facilidade em ver uma figura que não existe, como o diabo, que outra pessoa que não é religiosa ou supersticiosa é uma questão que só vi respondida muito mais à frente lendo Óscar Quevedo ou mesmo António Damásio.

Ainda não é para lá que esta sequência irá. Alguns anos antes, e da mesma forma que os livros onde indirectamente se falava de química e do seu efeito no cérebro me chegaram às mãos, começaram a aparecer sugestões de livros de física, como “A Breve História do Tempo” de Stephen Hawking ou, melhor, muito melhor, sobre os espaço que também é tempo ou sobre o tempo que também é espaço, escrito um século antes, O País Plano de Edwin Abbott...

16 comentários:

Anónimo disse...

Depois de alguns anos a ver novelas chorando ranho sobre o meu karma, e o dos outros, eis que me começam a surgir alguns livros interessantes sobre química, da fácil, daquela que se aprende sem intenção de se aprender ou, que se aprende nos manuais amarelos do tipo “química para totós”. Destaco, sem quaisquer dúvidas, o Aldous Huxley com o seu Admirável Mundo Novo ou o seu “As Portas”...

Ao ler "Gestão para Tótós" também fiquei assim: Tótó, tal como agora ao transcrever a sequencia com a qual tinhas terminado a 10 de abril

Confesso-me baralhada, agora perdi-me. Se estou a ser ignorante as minhas desculpas pelo reparo.Se me o explicares então rendo-me...Não atinjo o nivel e rendo-me à minha ignorância...Juro que não me ouves mais uma palavra.Sei reconhecer quando o autocarro é demasiado grande para a minha carta de condução.

Luísa disse...

Muito bem! Venha o próximo...

Anónimo disse...

Pronto! Chegou a primavera...os passarinhos andam à solta.

Não sabe conduzir o passarinhos ou a carta já caducou ?

Anónimo disse...

Ia me esquecendo,,, a pergunta era para a menina que está na paragem à espera do proximo... Claro!

Luísa disse...

É isso... nos tempos que correm e tendo em conta a situação económica do país e a poluição da atmosfera há que recorrer aos transportes públicos.

Anónimo disse...

Bom parece que este teu blog vai seguir o mesmo caminho que o outro...Quando intervi era suposto a conversa ser para ti...Mas este blog tal como o outro vai começar a ter as intervenções "profundas" habituais. Só falta agora a Lolita intervir também. Lamento mas a menina do autocarro vai ficar sózinha a olhar pelo ambiente como boa cidadã pois tu não precisas que te alimentem mais o ego. Afinal este blog só surgiu porque o outro estava demasiado pesado foi? Não foi o que me disseste na altura, mas está confirmado. Beijos, abraços e boa escrita com melhor leitura

Anónimo disse...

Meninas.
Faxa favor identificar-se.

Anónimo disse...

Por quem é... se não se importar pode dar o exemplo.

Anónimo disse...

Mas se não se quiser identificar pode sempre fazer como a nespera ou como o nosso kid...

"Era uma nêspera que ficava sentada parada a ver o que acontecia. Um dia passou pela nêspera parada sentada uma velha e disse: "olha uma nêspera!" e comeu-a. É o que acontece às nêsperas que ficam paradas sentadas a ver o que acontece.
"-------

Anónimo disse...

Parou tudo!
Uma velha comeu o Kid? LOL
J.

Anónimo disse...

Ahahahah, eu tinha-me prometido que não vinha aqui mais fazer comentários alimentando-lhe mais o ego ,tendo ele tantas lolitas não iria fazer diferença. Mas tenho de admitir que isto é muitoooo divertido...dá um certo gozo vê-lo parado, sentado, a ver o que acontece, com ar de nespera (ainda) sem a pele rugosa, mas sujeito a ser comido na mesma...eheheh

J disse...

Então?
Foi comido ou está sujeito a ser comido? Nesse caso ainda deve ser possível avisá-lo, não?
Foge pá! Vem aí a velha, coooooorre!

Anónimo disse...

Confesso que o/a "J", é curto, e rapidinho. Amigo/a "giro" este que levanta a orelha da lebre, espicaça , e fica à espera que depois do fogo atiçado, a água transborde do tacho. Ó "J" cuidado porque pode-lhe acontecer como à nespera :)

J disse...

Alto! Vou ter de dar à sola também. O raio da velha come tudo, arre! Velha comilona!

Anónimo disse...

Lol
Só tu, J.

Anónimo disse...

Ok, está na hora de me retirar... Já não dá gozo, lamento, o nivel não evoluiu, para algumas coisas é preciso "envelhecer-se". Chau meninos, divirtam-se (ambos e um com o outro)