quinta-feira, 9 de junho de 2011

Dubai: Rattel Snake 2

(quase em acordo com o acordo ortográfico)

Não tiro nem uma vírgula ao que já aqui disse sobre o Rattel Snake: É um ponto de encontro onde se vende cerveja cara. Mas, agora que já sou considerado cliente habitual da loirinha Heineken, venho aqui fazer um reparo mais que necessário, necessaríssimo, sócio!... é que não conseguiria dormir em paz caso não despendesse de algum tempo a discorrer esta ressalva.

Aquele bar é como uma zona de caça (caça ou caca?) desportiva em que o caçador para além de pagar para entrar tem que negociar com o coelho como este se deve posicionar para levar o tiro.  Ora ora ora!, não há nada que me irrite mais do que negociatas, sejam elas de que tipo forem!

Tem a ver com paciência. Eu não a tenho, definitivamente. Assim, acho que a frase “tem haver com paciência” passa a ter que ser considerada como uma frase em português correcto. Em português, correto?

Como estava a dizer, tem a ver com paciência. Um caçador entra na zona de “caca desportiva” para dar uns tiros, fazer movimentos rápidos, caminhar atrás das presas, jogar às escondidas com os arbustos, correr, fazer jogos de cintura que estremecem as mais superficiais hérnias, expelir adrenalina, expurgar suor e frustração, libertar gases, desviar os slipes do rego com movimentos de anca enquanto se tira retira e recalca o macaco do nariz com o dedo mais mindinho, coçar a virilha, e começar a corrida de novo, para o arbusto seguinte, não mais que duas vezes seguidas que a marmita atempadamente preparada pela senhora no dia anterior já está esquentar. Ora, agora imaginem que chega um caçador ao recinto e tem que estar ali a ouvir o coelho a dissertar sobre as leis da caça?! E é que eles não se limitam a palrear sobre como está o tempo e o estado do mar, vão mais longe, irritantemente mais longe, elogiam sem propriedade as artes do caçador, exageram no texto e arriscam no conteúdo, dizem sobre a pontaria da mesma forma que o vidente aponta sobre o futuro, ditos claramente sem nexo, quase que ousam tocar, brincar e explorar a arma com que deviam ser caçados. Isto é um abuso não é? Um abuso em qualquer parte do mundo, quanto mais num recinto de "caca desportiva".
Mas é assim que funcionam todos os vícios. Não existe vício no mundo que não seja a pagar.

Não estou surpreendido nem desiludido. Estou conformado, e em paz.

1 comentário:

Luísa disse...

Amen ;-)