No Brasil os salva-vidas chamam-se de guarda vidas. Pode a princípio pensar-se que se trata da mesma coisa mas, entre guardar e salvar vai uma longa distância, a mesma que separa o amor contemplativo do amor pró-activo. Confesso que no amor prefiro o contemplativo enquanto que na vida acho muito mais piada ao guardar do que ao salvar. Continuemos então nas coisas palpáveis como a vida...
Guardar é preventivo enquanto o salvar é reactivo e só por aí já se vê tudo. So se salva quem está em vias de se perder, enquanto que guardar, guarda-se sempre, para sempre, de forma mais global e menos discriminatória.
Diz-se anjo da guarda e não anjo da salva, embora acredite que possam existir anjos das salvas e de outras flores. Salva-se uma vida ou uma alma quando não se a guardou ou acautelou convenientemente, por isso, o guardar é muito mais importante e com muito mais sentido do que o salvar. Claro que o salvar dá mais protagonismo do que o guardar. É mais reconhecido quem salva uma vez do que quem guarda uma vida inteira, nao é assim?
Guardar rima e vai bem com planear enquanto que salvar só pode estar associado ao acto de desenrascar, e desenrascar não e muito, é todo português.
Se analisarmos bem as coisas, o salva vidas fazem muito mais do que salvar vidas. Há todo um trabalho à anteriori e à posteriori, isto é, um salva vidas pode passar uma época sem salvar uma vida no entanto acautelou e zelou por centenas delas.
Pronto, só para dizer que os brasileiros é que estão correctos ao vigiarem as praias com guarda vidas.
Claro, depois se terminar com uma foto destas ficamos na dúvida de que vida guardará este bombeiro.