Trago numa das malas, um fato Pierre Cardin novinho em folha, comprado em Riyadh com 85% desconto, que lá é mais batinas e burcas. 85% de desconto fazem dele, em termos de custos, um fato comprado na feira de Carcavelos, não fosse o facto de a senhora da alfândega, que no aeroporto do porto é uma pândega, ter reparado na etiqueta de composição: 70% algodão, 20% seda e 10% caxemira. Deve ser caro interroga como quem afirma, tentando encontrar a resposta na hesitação do meu olhar. Digo-lhe que não, que foi comprado nos saldos e tal. Abrindo ainda brechas naquela situação já de si fracturante, pede-me a factura. Mexo e remexo na desorganização da minha mala do computador com a minha memória a jurar que a tinha colocado no seu interior, mas, nada de nada. Tiro tudo fora, algumas canetas, outras facturas amarelas e a caírem de velho, alguns cabos USB e carregadores de telemóvel, um pequeno kit higiénico composto por desodorizante, pasta e escova de dentes e um pente que não uso, uma colher não vá ter que comer algum iogurte ou outra coisa mais doce, alguns toalhetes refrescantes, nada frescos, esquecidos num dos pequenos bolsos, uns preservativos velhos e secos, não usados, claro, como o atestado mais fino e assinado do totó que às vezes sou, e nada mais. A minha memória continuava a lembrar-me da factura que as minhas mãos ali dentro, algures, colocaram. E nada.
A senhora afirma que aquele fato era de facto menino para custar uns 700 euros. Dei uma gargalhada que aqui deveria descrever como um lol e disse-lhe que não senhora que me custou apenas uns 100 euros. Foi então a sua vez de gargalhar sem lol usando um sustenido ali algures entre um DO e um RE ou um FA e um SOL. Depois continuou a dar-me música dizendo que ou pagava já os impostos a estimar para o fato ou que poderia apresentar a factura depois. Optei pela apresentação da factura que entretanto apareceu na mala dos fatos. Tinha lógica, só a minha memória achou que não fazia lógica nenhuma colocar a factura junto com os fatos. Acabou por não ter piada nenhuma.
A senhora afirma que aquele fato era de facto menino para custar uns 700 euros. Dei uma gargalhada que aqui deveria descrever como um lol e disse-lhe que não senhora que me custou apenas uns 100 euros. Foi então a sua vez de gargalhar sem lol usando um sustenido ali algures entre um DO e um RE ou um FA e um SOL. Depois continuou a dar-me música dizendo que ou pagava já os impostos a estimar para o fato ou que poderia apresentar a factura depois. Optei pela apresentação da factura que entretanto apareceu na mala dos fatos. Tinha lógica, só a minha memória achou que não fazia lógica nenhuma colocar a factura junto com os fatos. Acabou por não ter piada nenhuma.
Sem comentários:
Enviar um comentário